domingo, 3 de maio de 2015

Aspectos práticos da avaliação dos riscos

        Se alguém é aposentado ou está no caminho para a independência financeira é de supor que possui ativos que formam um patrimônio que possui liquidez e segurança em maior ou menor grau. Porém, esses ativos estão sujeitos a riscos de diversas magnitudes pois o mundo econômico é um mundo inconstante.
        Para preservar esses ativos a pessoa precisa entender os vários riscos financeiros associados a eles e em seguida precisa dar-lhes prioridade. Cada risco tem uma probabilidade e um custo ligado a ele. Alguns são susceptíveis de ocorrer com grande probabilidade, enquanto outros são improváveis. Alguns são relativamente fáceis de proteger, enquanto outros podem ser caros ou impossível de colocar uma proteção segura (com baixa probabilidade de ocorrência). Compreender essas diferenças é fundamental para otimizar a proteção do patrimônio.
        Vamos começar com a variedade de riscos de natureza externa a serem enfrentados. Um dos mais importantes são as políticas econômicas - o resultado das interações comerciais entre as pessoas. Um efeito potencialmente perigoso dessas políticas é a inflação que corrói o poder de compra ao longo do tempo. Por outro lado as pessoas tendem a agrupar-se em  instituições como governo, empresas, etc - e isso pode significar problemas na medida que essas instituições adquirem poder e podem usá-lo para transferir recursos para favorecer um grupo ou outro, ou ainda usar esse poder para defender os seus próprios interesses, em vez do bem-estar geral.
         Outros riscos enfrentados são de natureza interna aqui entendida como sendo  nós mesmos . Às vezes somos o nosso pior inimigo. Isto é especialmente verdadeiro quando se trata por exemplo, do comportamento do consumidor quanto à renda, gastos, poupança e investimentos. Estatísticas dizem que a maioria das pessoas são incapazes de mudar hábitos de consumo, gastando os recursos no presente e incapazes de poupar para uma independência financeira seja qual for o nível da renda. Já aqueles que conseguem poupar um pouco, em seguida, enfrentam um outro obstáculo psicológico que é investir com sabedoria, fazer a poupança trabalhar para aumentar a riqueza. As armadilhas aqui podem ser grandes pois entram riscos proporcionais aos ganhos, podendo diminuir o patrimônio duramente conquistado. 
         Mas o risco fundamental é a ignorância ou inexperiência, levando a erros de investimentos. Então o melhor a fazer é aprender com esses erros usando pequenas quantias de dinheiro. Quantias que não comprometam de forma definitiva o valor total dos ativos, que se perdidas não comprometem o planejamento financeiro.
         Outro risco significativo é a má informação decorrente da ignorância. Se uma pessoa percebe que não sabe o suficiente, deve naturalmente procurar conhecimento e aconselhamento. Atualmente proliferam as mais variadas informações, conselhos financeiros, produtos e serviços para venda, especialmente no mundo eletrônico. Sem um filtro ou alguma orientação as chances de encontrar informações úteis são baixas, porque cada caso é um caso e aplicá-las a situação pessoal pode ser difícil, exigindo experiência e tempo. Mesmo com conselhos de confiança, a complexidade do mundo financeiro pode trabalhar contra o sucesso.  
Isso nos leva ao próximo conjunto de riscos, o que nós vamos agrupar sob o rótulo de regras do jogo. O fato é que no sistema financeiro que usamos, o patrimônio que pensamos como nosso, não importando a liquidez, são apenas ferramentas financeiras abstratas nas mãos de outros. A pessoa não pode investir seu dinheiro sem pagar alguém em primeiro lugar. Estamos falando das taxas. Na melhor das hipóteses as taxas são um custo baixo e transparente. Na pior das hipóteses, é uma armadilha escondida, de valor significativo e contínuo. Estes são os riscos da utilização de um sistema financeiro que foi projetado e construído por interesses poderosos para seus próprios propósitos.
  Em seguida temos os impostos, que são regras ditadas e controladas por um único participante que é o governo. Não há muitos temas financeiros tão controvertidos, complexos e incompreendidos como os impostos. Nenhum de nós pode escapar dos impostos, e somos influenciados em diferentes graus.
        Qual a probabilidade de ocorrência desses riscos? ignorância, má informação, e as regras do jogo manipulado são os riscos que todos as pessoas estão expostas todos os dias pois tem o patrimônio no sistema. Assim devemos fazer tudo ao nosso alcance para reduzir esses riscos.
  Uma notícia boa é que existem passos concretos que se pode tomar para melhorar a segurança financeira. Por outro lado a má notícia é que não há nenhum porto seguro final. Somos todos dependentes uns dos outros e das instituições que criamos. No final, tudo o que podemos realmente controlar são as nossas próprias ações.