Investimentos


            Nos últimos 30 anos, o ambiente de investimentos para os investidores mudou
dramaticamente. As pessoas têm mais opções de investimento do que nunca. Mas a
maior escolha veio com uma responsabilidade maior para os indivíduos no que diz
respeito gerenciar suas próprias finanças, incluindo a investir para a aposentadoria .
           Nós temos a liberdade para escolher os investimentos, e ao entregarmos o nosso dinheiro para alguém cuidar dele, devemos fazê-lo de forma consciente e criteriosa.
            Deveremos estar bem informado sobre as características dos investimentos no que diz respeito a sua natureza, custos, impostos, possibilidades de retorno e riscos.
            O aprendizado não deve ser uma obsessão mas, leva um pouco de tempo e é
compensador. Afinal trata-se do nosso dinheiro, pois afinal não há ninguém mais preocupado com ele do que nós.

Fatores fundamentais dos investimentos

            Existem 3 aspectos importantes relacionados aos investimentos e que influenciam diretamente a nossa decisão de investir.

1. Rentabilidade: É o retorno do capital investido. Importante não esquecer o conceito de retorno real do investimento, ou seja deve-se levar em conta a inflação do período considerado.

2. Liquidez: Liquidez é a possibilidade de converter um ativo em dinheiro ou de outra forma: qual a dificuldade que se tem para conseguir se desfazer do ativo sem que isso prejudique a sua rentabilidade?          
            Ações, Títulos Públicos, imóveis, fundos de investimentos, cada investimento possui um nível de liquidez diferente. Ao escolher um ativo, verificamos o nível de liquidez desse ativo para saber se ele está de acordo com as nossas expectativas, evitando assim de ter que se desfazer dele prematuramente e consequentemente incorrer em uma perda.

3. Segurança: O terceiro aspecto que é fundamental considerarmos é a segurança do investimento que iremos fazer. Precisamos escolher um investimento que tenha um perfil de risco adequado ao nosso jeito de ser e investir.
            É extremamente difícil senão impossível um ativo ter os fatores acima nos seus valores ótimos simultaneamente. Normalmente os fatores são ser excludentes, ou seja, maior rentabilidade significa menor segurança, maior liquidez significa menor rentabilidade.
            O  que o investidor precisa fazer é escolher investimentos de médio e longo prazo que possuam um equilíbrio  entre os fatores mencionados, equilíbrio esse ditado pelo seu perfil. 

Erros de Investimentos

01) Ter estratégias de investimentos apoiadas na tolerância ao risco de outra pessoa
02) Trocar de investimentos constantemente
03) Ter grande parte do patrimônio em um único investimento
04) Conhecer bem os tipos de investimentos alocados
05) Basear os investimentos em noticiário
06) Não poupar o suficiente para a aposentadoria




Investimentos em Títulos Públicos


        Uma distinção fundamental entre os títulos públicos se refere a prefixados e pós-fixados. Os títulos prefixados são aqueles que o investidor conhece já no momento da aplicação o rendimento total (expresso pela taxa de juros) que vai receber na data do vencimento. Já os títulos pós-fixados o investidor só conhece de fato o rendimento que vai receber no momento do vencimento. É o caso de títulos que remuneram conforme a variação de algum indicador, como a Selic ou o CDI. Apesar desses indicadores serem variáveis no tempo eles tem um comportamento geral razoavelmente previsível.

Novos nomes para os Títulos do Tesouro Direto

Depois de realizar uma pesquisa juntos aos investidores, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) constatou a necessidade de alterar o nome dos títulos públicos negociados através do programa Tesouro Direto. Os nomes atuais não refletem as características específicas de cada título.
Os novos nomes incluem a taxa à qual o título está atrelado e o ano de vencimento. Assim, de agora em diante, será possível identificar o risco do título através do seu nome, simplificando a tomada de decisão. Abaixo seguem os novos nomes dos títulos negociados no Tesouro Direto acompanhados de uma breve descrição.

Tesouro Selic 20XX

Até então conhecidos como Letras Financeiras do Tesouro (LFT), o rendimento desses títulos segue a variação da taxa básica de juros. A remuneração é pós-fixada, ou seja, o resultado do investimento só é conhecido na data de vencimento ou no momento do resgate.
Contudo, como a variação da taxa Selic não é grande, conseguimos estimar com boa precisão a rentabilidade desses títulos. Nunca apresentam variação negativa. Assim sendo, são recomendados para investidores conservadores, e também para aplicar os recursos de curto prazo.

Tesouro Prefixado 20XX

Os ganhos obtidos com o investimento nesses títulos, antes chamados Letras do Tesouro Nacional (LTN), são conhecidos na data da negociação, ou seja, são títulos prefixados. No vencimento, o investidor receberá de volta o valor aplicado mais o rendimento.
Os preços desses títulos são impactados pelas expectativas dos investidores quanto à inflação e aos juros futuros. Assim sendo, o preço varia todos os dias. Alguns dias a variação é positiva, outros não. Quanto mais distante a data de vencimento do título, maior pode ser a oscilação.
São títulos mais rentáveis quando o quadro econômico é estável ou a tendência da taxa de juros é de queda. Porém, por serem mais arriscados, são indicados para diversificar carteiras de investimentos ou para investidores com objetivos de médio ou longo prazo.

Tesouro Prefixado com juros Semestrais 20XX

Também são títulos prefixados, ou seja, o rendimento total já é conhecido no dia da aplicação. Entretanto, pagam juros todos os semestres até o vencimento do título, quando também retornam o valor investido.
Antes conhecidas com Notas do Tesouro Nacional Série-F (NTN-F), os preços também variam conforme as expectativas para a inflação e juros futuros. Quanto maior o prazo do título, maior é a oscilação esperada.
Dessa forma, são títulos que possuem certo grau de risco. Mais recomendados para os momentos de taxa de juros em queda, seja para diversificação ou para objetivos de médio ou longo prazo, pois podem apresentar rentabilidade negativa.

Tesouro IPCA + com juros semestrais 20XX

Títulos que misturam características dos títulos pós e prefixados. Essas aplicações são corrigidas pelo índice de inflação, o IPCA, e pagam juros prefixados, semestralmente.
Até o momento, chamadas por Notas do Tesouro Nacional Série-B (NTN-B), também apresentam certo grau de risco, o qual está diretamente relacionado com as expectativas em torno da inflação e dos juros futuros e também do prazo do título. Títulos com vencimentos mais longos são mais arriscados em cenários de incertezas.

Tesouro IPCA + 20XX

Também combinam características dos títulos pós e prefixados. São ajustados diariamente pelo índice de inflação, o IPCA. Contudo, é só no vencimento que o investidor vai receber o valor aplicado corrigido pela inflação mais o rendimento definido no momento da aplicação.
Ainda conhecidos como Notas do Tesouro Nacional Série-B Principal (NTN-B Principal), são mais arriscados, pois os preços desses títulos são formados com base nas expectativas sobre a inflação e juros futuros e também no prazo do título. O fato de não pagarem juros regularmente, aumenta o risco do investimento caso haja resgate antecipado.
       

Para se investir em Títulos do Tesouro pode-se usar as seguintes maneiras:

 a) Compra direta dos títulos no Tesouro Direto: A compra e venda títulos é feita através do site do Tesouro Direto através de uma corretora de valores ou de um banco. Cumpre lembrar que a venda somente pode ser feita às quartas feiras. Para aplicar em títulos públicos através do Tesouro Direto o investidor paga taxa de corretagem que depende da corretora e taxa de custódia custódia. A custódia é feita pela BM&FBovespa que cobra uma taxa anual pela custódia dos títulos públicos na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). A taxa de custódia anual cobrada pela BM&FBovespa é de 0,30% sobre o valor total dos títulos públicos.

 b) Fundos referenciados DI: Quem deseja investir em LFTs pode fazê-lo também através de fundos referenciados DI, que têm suas carteiras de investimento constituídas por esses títulos.
Deve-se atentar para a taxa de administração desses fundos. Busca-se uma taxa de administração inferior a 1% ao ano. Um atrativo interessante desses fundos é a liquidez diária.

 c) Fundos de renda fixa e fundos multimercado: São fundos que oferecem a possibilidade de investir LTN, NTN-Fs ou NTN-Bs. Em se tratando de fundos multimercado, que são fundos de natureza ativa visando potencializar a rentabilidade, o ideal é que cobrem taxas de administração entre 2% e 3,5%.
        Nos fundos não há taxas de corretagem e custódia, somente a taxa de administração.

        Qualquer que seja a modalidade escolhida para investir nos títulos, o rendimento está sujeito às alíquotas do IR. Dependendo dos prazos elas são: 22,5% sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias, de 20% em aplicações de 181 a 360 dias, de 17,5% em aplicações de 361 a 720 dias e de 15% em aplicações acima de 720 dias.
        Caso o resgate seja inferior a 30 dias há ainda a incidência de IOF. A alíquota de IOF varia de acordo com o número de dias que o dinheiro do investidor permaneceu aplicado, variando de 96% a 0% sobre o total de rendimento do investimento. Os investimentos com prazo superior a 30 (trinta) dias são isentos da cobrança de IOF.




FUNDOS DE INVESTIMENTOS

         Os fundos de investimentos são recursos captados de investidores pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de obter lucros a partir da aplicação em títulos e valores mobiliários.
Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimônio líquido pelo número de cotas do fundo.
O patrimônio líquido é calculado pela soma do valor de todos os títulos e do valor em caixa, menos as obrigações do fundo, inclusive aquelas relativas à sua administração. As cotas são frações do valor do patrimônio do fundo.
         Os fundos de investimento podem ser classificados da seguinte maneira de acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários):

Fundo de Curto Prazo - O patrimônio é investido exclusivamente em títulos públicos federais ou privados de baixo risco de crédito.Esses títulos podem ser de renda fixa, pós ou prefixados e, geralmente, sua rentabilidade está atrelada à taxa de juro usada nas operações entre os bancos ( taxa do CDI). Investem em papéis com prazo máximo de 375 dias e o prazo médio da carteira é de, no máximo, 60 dias.
         Por essas características, são considerados os mais conservadores, indicados para investidores com o objetivo de investimento de curtíssimo prazo, pois suas cotas são menos sensíveis às oscilações das taxas de juros. Os fundos de curto prazo têm rendimento diário e permitem resgates a qualquer momento. Se o resgate for feito nos primeiros 30 dias haverá a incidência do IOF.

Fundos Referenciados - Os fundos referenciados identificam em seu nome o indicador de desempenho que sua carteira tem por objetivo acompanhar.
         Para tal, investem no mínimo 80% em títulos públicos federais ou em títulos de renda fixa privados classificados na categoria “baixo risco de crédito”. Além disso, no mínimo 95% de sua carteira é composta de ativos que acompanhem a variação do seu indicador de desempenho, o chamado benchmark. Usam instrumentos de derivativos com o objetivo de proteção (hedge).
        Os fundos referenciados mais conhecidos são os DI. São fundos que buscam acompanhar a variação diária das taxas de juros (Selic/CDI) e se beneficiam em um cenário de alta de juros.. Os fundos DI têm rendimento diário e permitem resgates de recursos a qualquer momento. Deve-se evitar o resgate nos primeiros 30 dias para que não haja a incidência do IOF.

Fundos de Renda Fixa - Aplicam uma parcela significativa de seu patrimônio (mínimo 80%) em títulos de renda fixa prefixados ou pós-fixados. Além disso, usam instrumentos de derivativos com o objetivo de proteção (hedge).
Nos fundos de renda fixa acontece o oposto dos fundos referenciados DI, pois se beneficiam em um cenário de redução das taxas de juros.

Fundos de Ações - São fundos que investem no mínimo 67% de seu patrimônio em ações negociadas em bolsa. Dessa forma, estão sujeitos às oscilações de preços das ações que compõem sua carteira. Alguns fundos dessa classe têm como objetivo de investimento acompanhar a variação de um índice do mercado acionário, tal como o Ibovespa ou o IBX.

Fundos Cambiais - Esses fundos devem manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos que sejam relacionados, diretamente ou indiretamente (via derivativos), à variação de preços de uma moeda estrangeira, ou a uma taxa de juro . Nesta classe os fundos mais conhecidos são os chamados fundos Cambiais Dólar que objetivam seguir a variação da cotação da moeda norte-americana. Mas é importante ficar atento, pois esses fundos não refletem exatamente a cotação do dólar, pois neles estão envolvidos custos de taxa de administração, imposto de renda, bem como a variação da taxa de juro.

Fundos da Dívida Externa - Aplicam no mínimo 80% do seu patrimônio em títulos brasileiros negociados no mercado internacional. Os 20% restantes podem ser aplicados em outros títulos de crédito transacionados no exterior. Esses títulos são mantidos no exterior. Para o investidor no Brasil, esse fundo é a única forma de aplicar nos papéis emitidos pelo governo brasileiro negociados no exterior

Fundos Multimercados - São fundos que possuem políticas de investimento que envolvem vários fatores de risco, pois combinam investimentos nos mercados de renda fixa, câmbio, ações, entre outros. Além disso, utilizam-se ativamente de instrumentos de derivativos para alavancagem de suas posições, ou para a proteção de suas carteiras (hedge). São fundos com alta flexibilidade de gestão, por isso dependem do talento do gestor na escolha do melhor momento de alocar os recursos, na seleção dos ativos da carteira e no percentual do patrimônio que será investido em cada um dos mercados.

Fundos de Investimentos Imobiliários ( FII) - São fundos de investimento cujos recursos são destinados para empreendimentos imobiliários e possuem uma regulamentação própria.

Tributação – IR
        A alíquota do imposto de renda varia de acordo com a composição da carteira do fundo de investimento e do prazo médio dos títulos que compõem a carteira .
        Nos fundos de investimento onde o percentual da carteira de investimento é superior a 67% em ações, a alíquota será de 15% sobre a rentabilidade obtida e incidirá no momento do resgate .
         Nos fundos de investimento onde a maioria da carteira seja composta por títulos de renda fixa as alíquotas são definidas em função do prazo médio dos títulos que compõe a carteira:
Fundos de curto prazo: até 180 dias: 22,5% e acima de 180 dias: 20%
Fundos de longo prazo:

Prazo Médio da Carteira
Alíquota
Até 180 dias
22,50%
De 181 até 360 dias
20,00%
De 361 dias até 720 dias
17,50%
Acima de 721 dias
15,00%

No último dia útil dos meses de maio e novembro, a Receita Federal cobra uma parcela do imposto de renda calculado sobre a rentabilidade obtida pelo cotista, essa parcela é calculada a uma alíquota de 15% sobre a rentabilidade e é deduzida do saldo de cotas que o investidor possui ( come cotas ).
A diferença de alíquota ( se houver ) será paga no momento em que o cotista solicitar o resgate .




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