segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Os erros financeiros que as pessoas fazem em diferentes idades


         Há um ditado que com a idade vem a sabedoria, mas isso pode não ser sempre verdade no mundo financeiro. Como as pessoas atravessam diferentes fases da vida, há novas oportunidades e armadilhas potenciais nesse percurso.


Faixa dos 20 anos

        Vivendo além de seus meios: É tentador querer objetos, diversão e viagens o mais rápido possível e em maior escala, mas se você não pode pagar a maioria de seus desejos que vê pela frente, então você precisa controlar seu estilo de vida. Se assumir muitas dívidas ou não trabalhar com afinco pagar logo as dívidas contraídas você pode ficar financeiramente impedido por um longo, longo tempo.

         Não poupar para a aposentadoria: Você tem tempo de sobra, então qual é a pressa? Bem, por que não aproveitar esse tempo para acumular patrimônio e fazê-lo trabalhar para você? Começar a poupar uma parte do salário agora e os seu 65 anos irão agradecer-lhe.


        Não ter educação financeira: Muitos estudantes pós-graduados não sabem o básico de gestão do dinheiro. Estude o máximo que puder sobre poupança, orçamento e investimentos agora para que você possa beneficiar-se para o resto da vida.


Faixa dos 30 anos

           O primeiro imóvel: Se você está comprando o seu primeiro imóvel ou trocando-o, não compre um imóvel que você não pode pagar, mesmo se o banco diz que você pode. Ter algum espaço de manobra financeira para uma possível queda no rendimento familiar resultante da mudança de emprego, volta aos estudos, ou deixando a força de trabalho para criar uma família.

        Não proteger a si mesmo: Através de um seguro contra invalidez e um plano de saúde. A vida é imprevisível. O que aconteceria se um dia você fosse incapaz de trabalhar e ganhar um salário? Ou ter um problema de saúde que o impossibilite de trabalhar uns tempos? Deixe de lado a atitude do "isso não acontecerá comigo". Embora o custo e a disponibilidade de um seguro de vida dependem de vários fatores, incluindo a saúde, quanto mais jovem você é quando compra o seguro, provavelmente menor será o prêmio a ser pago. Isso é válido também para o plano de saúde.

       Não poupar para a aposentadoria: Bem, talvez seus 20 anos passaram um pouco turbulentos e a aposentadoria não está ainda em sua tela de radar. Mas agora que você está em seus 30 anos e é fundamental começar a poupar para a aposentadoria. Esperar muito mais tempo, e pode ser difícil de recuperar. Comece agora, e você ainda tem 30 anos ou mais para acumular um patrimônio.


Faixa dos 40 anos

        Tentando manter as aparências: As aparências enganam. As ​​casas, carros, férias e "coisas" agradáveis que os outros têm podem fazê-lo se perguntar se você deveria estar comprando essas coisas, também. Mas, nos bastidores, seus vizinhos podem estar assumindo grandes dívidas.


Faixa dos 50/60 anos

         Assumir empréstimos para filhos adultos: Se os filhos não podem pagar significa que você está em uma situação em que não deseja encontrar-se quando se está próximo da aposentadoria.

        Não quantificar sua renda/despesas pós aposentadoria: Quando você se aproxima da aposentadoria, você deve saber o quanto você pode esperar de renda e o quanto serão as suas despesas.

        Usar antecipadamente o patrimônio acumulado para a aposentadoria, reduzindo assim as futuras retiradas.

Adaptado de Gerald A Cannizzaro



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Como chegar lá - Comprando o primeiro apartamento



        Em uma economia movida por crédito, pode-se comprar qualquer coisa, desde que se tenha a renda para garanti-lo. Devido a uma disponibilidade farta de empréstimos para habitação e perspectivas de aumento salariais, torna-se ainda mais fácil para jovens casais comprarem um apartamento.
       Se por um lado isso é muito positivo, deve-se atentar para aspectos que ficam ocultos pela euforia da compra para ajudar a tomar uma decisão equilibrada e bem pensada.
       Tomemos por exemplo Pedro e Isabel. Eles são um casal jovem, trabalham já alguns anos e querem comprar um apartamento, pois até agora pagavam aluguel esperando uma boa oportunidade.
        Quando eles procuram financiamento, eles são informados que a renda de Pedro permite um financiamento de máximo de R$ 480.000,00.
        Por outro lado, considerando o mesmo prazo de financiamento, se eles assumirem a dívida em conjunto o financiamento vai aumentar para R$ 750.000,00 significando assim que eles podem almejar um apartamento maior.
       Convém notar que a diferença de R$ 270.000,00 no início da dívida pode fazer uma grande diferença. Por exemplo, pode ser um pequeno apartamento no interior.
       Sob o ponto de vista do construtor e a instituição que financia não há problemas. Quanto maior o financiamento melhor pois o construtor terá o seu lucro e a instituição financeira terá mais receita de juros.
       Sob o ponto de vista do casal um financiamento maior é uma grande satisfação pois e talvez o maior argumento para assumir uma dívida maior é que os salários não permanecerão estáticos, crescerão ao longo do tempo de modo que a pressão das prestações irá diminuir.
        A compra de um imóvel para morar é o maior e mais importante investimento na vida da maioria das pessoas e, portanto desejam que seja o melhor possível. Comprar um apartamento pequeno agora e depois de algum tempo vendê-lo para comprar um maior não é uma estratégia comum e costuma ficar fora de cogitação. Por opção ou compulsão as pessoas sacrificam objetivos financeiros e materiais para satisfazer o ego e terem prestígio social.
       Algumas questões a serem pensadas e que todos concordam: perda repentina de emprego ou não ser capaz de obter aumentos salariais esperado. Quanto maior a dívida maior a ansiedade

A família

       Tomar a decisão de aumentar a família é uma tarefa difícil. O nascimento da criança é um momento decisivo para um casal e as prioridades podem mudar rapidamente. Aumentar a família significa assumir custos financeiros, tempo e esforço. Se o casal tomar um grande empréstimo, grande parte da renda será gasta no pagamento desse empréstimo. Note-se também de um ponto de vista médico não há uma idade máxima prescrita (normalmente 35) para as mulheres para o parto para além do qual a gravidez torna-se um caso de alto risco. Assim, um financiamento grande pode expor o casal em uma situação em que terão dificuldade em apoiar um filho com conforto.
        Além disso a esposa não será capaz de fazer uma pausa de emprego com o nascimento da criança. Crianças exigem tempo integral, atenção e cuidados, especialmente em seus primeiros anos.        Devido ao financiamento, a esposa não pode deixar seu emprego, mesmo provisoriamente Para ela, é então uma dupla responsabilidade de manter um emprego, bem como criar uma família que coloca uma enorme pressão sobre a sua saúde física e mental e também resulta em brigas entre os cônjuges.
        Assumir uma dívida para um apartamento menor pode facilitar para a esposa fazer uma pausa durante alguns anos até que a criança esteja crescida. Mais algumas sugestões a serem ponderadas na tomada de decisão:

a) Planejar o bebê.
b) Preparar-se para despesas mensais recorrentes adicionais devido ao nascimento da criança e escolaridade.
c) A esposa planeja fazer uma pausa no emprego para criar os filhos de maneira adequada?
d) Que tipo de educação se está esperando para a criança.
e) faça do pagamento do empréstimo o seu objetivo financeiro principal.
f) Tenha uma reserva de contingência.
e) Evite cartão de crédito ou novos empréstimos.


domingo, 13 de setembro de 2015

Carga tributária bruta (% PIB)








Discriminação 2008 2009 2010 2011 2012 2013







Total (A+B+C) 34,5 33,3 33,5 35,3 35,9 35,9
União (A) 24,0 22,9 23,1 24,7 24,8 24,8
Orçamento Fiscal 9,1 8,1 8,2 8,8 8,7 8,7
Imposto de Renda 6,4 5,9 5,6 6,2 6,0 6,2
Pessoa física 0,5 0,4 0,4 0,5 0,5 0,5
Pessoas jurídicas 2,6 2,4 2,2 2,3 2,1 2,3
Retido na fonte 3,3 3,1 3,0 3,4 3,4 3,4
IPI 1,2 0,9 1,0 1,0 1,0 0,9
IOF 0,7 0,6 0,7 0,8 0,7 0,6
Imposto sobre comércio exterior 0,6 0,5 0,6 0,6 0,7 0,8
ITR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
IPMF 0 0 0 0 0 0
Taxas federais 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
Demais 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1







Orçamento da Seguridade Social 12,4 12,3 12,4 13,1 13,3 13,3
Contrib. para Previdência Social 5,4 5,6 5,6 5,9 6,2 6,2
Cofins 3,9 3,6 3,7 4,0 4,0 4,1
CPMF - - - - - -
CSSL 1,4 1,3 1,2 1,4 1,3 1,3
PIS/Pasep 1,0 1,0 1,1 1,0 1,1 1,0
CPSS 0,5 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5
Outras contribuições sociais 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2







Demais 2,5 2,6 2,6 2,8 2,8 2,8
FGTS 1,7 1,8 1,7 1,8 2,0 2,0
CIDE 0,2 0,2 0,2 0,3 0,1 0,1
Salário educação 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3
Sistema "S" 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3
Outros 0,1 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1







Estados (B) 8,8 8,5 8,5 8,6 9,0 9,1
ICMS 7,3 7,0 7,1 7,2 7,5 7,5
IPVA 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
ITCD 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
Taxas - - - - - -
Previdência estadual 0,4 0,4 0,3 0,3 0,4 0,3
Outros 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5







Municípios (C) 1,8 1,8 1,8 2,0 2,1 2,1
ISS 0,8 0,8 0,9 0,9 1,0 1,0
IPTU 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5
ITBI 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2
Taxas - - - - - -
Previdência municipal 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2
Outros tributos 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2







Produto Interno Bruto (PIB) 3.032.203 3.239.404 3.770.085 4.143.013 4.392.094 4.844.815
Fonte: Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)





terça-feira, 8 de setembro de 2015

Tolerância ao risco versus capacidade em assumir risco

        A alocação de ativos é a forma com que os investimentos são distribuídos em diversas classes de ativos entre renda fixa, renda variável e imóveis ( não necessariamente todos) com pesos estabelecidos cujo objetivo é diminuir o risco total desses investimentos pois cada um reage de maneira diferente face a volatividade do mercado.
         Lidar com o risco é uma questão individual e a abordagem tradicional de tolerância ao risco consiste em determinar através de questionário padrão o perfil do investidor, se é agressivo, moderado ou conservador e a partir daí então, oferecer investimentos consistentes com o resultado.
         Um problema com esta abordagem é que ela pode indicar investimentos desconectados da realidade dos objetivos da pessoa. Às vezes, o investimento será mais agressivo do que ele precisa ser para alcançar um dado objetivo. Por outro lado uma pessoa conservadora pode aceitar um investimento conservador que vai deixá-lo afastada de seu objetivo.
        Para evitar tais incompatibilidades, então, a abordagem da tolerância ao risco deve ser aplicada para as metas em si, e determinar se o objetivo e o investimento necessários para alcançá-las é consistente com a tolerância de risco do investidor. Se o risco do objetivo é muito alto, a solução não está em encontrar um investimento para atingir a meta, mas encontrar uma nova meta que seja menos arriscada para atingir e que a pessoa possa tolerar.
         Há uma distinção entre tolerância ao risco e a capacidade que uma pessoa tem em assumir risco. Tolerância ao risco é o desejo psicológico de aceitar a possibilidade de um resultado menos favorável, em busca de um resultado melhor. Algumas pessoas estão dispostas a tomar prejuízos razoáveis, se há o potencial de lucrar muito. Essa atitude é a medida clássica de uma alta tolerância ao risco. Já em relação a outras pessoas, as atitudes frente ao risco são mais conservadoras; elas preferem ter pequenos ganhos, para evitar o perigo de sofrer um prejuízo. Assim, aqueles com uma maior tolerância para o risco geralmente estão dispostos a assumir investimentos mais arriscados, enquanto aqueles que são avessos ao risco preferem carteiras mais conservadoras e entre esses dois extremos há uma grande variedade de situações.
         A capacidade de uma pessoa em assumir riscos está ligada em alcançar suas metas se ocorre um resultado desfavorável no investimento. Em outras palavras, independentemente de como a pessoa se sentem sobre o risco, se prejuízos acontecerem, como fica o objetivo? ainda é viável ou será abandonado?
         Tomemos um exemplo de duas pessoas avessas ao risco: Pedro está com 35 anos e tem planos de se aposentar aos 65 anos. Seu objetivo nessa época é gerar R$ 30.000,00/ano ajustados à inflação da época. Essa renda de seus investimentos complementará seu benefício da Previdência Social. Para isso ele fará investimentos ao longo dos de 30 anos para atingir um patrimônio equivalente a R$2.000.000,00 que gere essa renda. Nesse contexto, Pedro tem atualmente uma capacidade elevada para o risco; se há um retorno baixo de seus investimentos, ele ainda tem tempo para fazer contribuições futuras que permitam que o patrimônio se recupere antes que ele precise se apoiar nele para alcançar o seu objetivo. Esta taxa de retirada de 1,5 % ajustada à inflação é uma proposta bastante viável.
         Contrastando como exemplo anterior, Raul é um aposentado de 65 anos que tem ativos no valor de R$1.000.000,00 que precisam gerar R$ 50.000,00 /ano para apoiar a sua aposentadoria. Esta taxa de retirada de 5,0% ajustada à inflação é uma proposta bastante delicada, e um declínio significativo nos retornos dos investimentos poderia aumentar rapidamente a taxa de retirada, depreciando em termos reais o patrimônio. Neste contexto, Raul tem uma baixa capacidade em assumir riscos; se há retornos abaixo do esperado, ele não será capaz de recuperar o patrimônio e seus objetivos serão arruinados.
Em resumo nas situações acima a capacidade de risco é bem distinta da tolerância ao risco. Não é o quanto de risco essas pessoas poderiam psicologicamente suportar em seus ativos, é apenas o quanto de risco nos seus ativos poderiam tolerar e ainda atingir as metas originais.


sábado, 29 de agosto de 2015

Fundamentos de finanças pessoais (1) – Frugalidade


Frugalidade [F.: Do lat. frugalitas, atis.] em um sentido figurado é a qualidade, atributo ou característica de quem tem modos sóbrios, modestos e comedidos. No contexto do planejamento para a aposentadoria é a aquisição de ativos de forma prudente para ter um patrimônio que possa garantir um padrão de vida desejado na aposentadoria.
        Muitas vezes uma maneira de levar a vida frugalmente é confundida como uma vida desprovida de alegria e satisfação, com avareza, onde se tenta poupar o máximo de dinheiro possível para o futuro.
         Falar sobre a frugalidade e finanças pessoais provoca críticas, especialmente dos jovens: “ Como vamos morrer de qualquer jeito, por que gastar tanto esforço em poupar para um futuro incerto em detrimento de desfrutar hoje? ".
         A frugalidade é um conceito pessoal, funciona de uma forma para mim e pode não funcionar para você e vice-versa, mas entre tantos conceitos, um é interessante apesar de pouco citado: a gestão do desperdício ou o desperdício da saúde, tempo, esforço e, portanto, dinheiro. Controlar despesas é um subproduto dessa visão e entre outras coisas consiste em separar necessidades dos desejos. Se analisarmos o conceito baseado no dinheiro podemos dizer que a frugalidade está impedindo que as despesas de amanhã ocorram hoje.

         A saúde física é o único investimento que qualquer consultor financeiro não pode ajudá-lo. Você pode ganhar muito dinheiro, não ter dívidas mas se ignorar a saúde as chances de você usufruir da acumulação do patrimônio para a aposentadoria podem diminuir substancialmente.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ainda sobre a inflação


Porque devemos investir


         Além da acumulação de patrimônio através da acumulação de juros compostos há um outro fator fundamental para isso que é a inflação. Assim a primeira razão para investirmos é manter o poder de compra do nosso dinheiro. Em todos os anos as nossas economias tem que crescer, pelo menos, à taxa de inflação para repor o poder aquisitivo.















           O gráfico acima mostra como o poder aquisitivo (valor real ) de R$10.000,00 cai ao longo dos anos, devido ao impacto da inflação. No exemplo consideramos uma inflação constante de 6% ao ano.